Ombreira direita da barragem rompeu e pode aumentar ainda mais o nível do rio Taquari
A barragem da Usina Hidrelétrica 14 de Julho entrou em colapso e se rompeu parcialmente na tarde desta quinta-feira (2), devido ao grande volume de chuvas no Rio Grande do Sul.
A barragem está no Rio das Antas, entre os municípios de Cotiporã e Bento Gonçalves. O rompimento deixa o rio correndo a curso livre, sem nenhuma barreira impedindo. Por isso, há a preocupação.
De acordo com o prefeito de Bento Gonçalves, Diogo Segabinazzi, com o rompimento da barragem, o nível dos rios das Antas e Taquari pode subir de 2 a 4 metros. Vale lembrar que o Rio Taquari, que participa da bacia, atingiu os 30 metros, o valor mais alto na história.
Apesar do rompimento da ombreira direita da barragem, segundo o governador Eduardo Leite, não deve haver uma devastação muito grande, já que os dois cursos do rio já estavam quase no mesmo nível.
A Defesa Civil orientou que os moradores dos municípios de Santa Tereza, Muçum, Roca Sales, Arroio do Meio, Encantado, Colinas e Lajeado deixem áreas de risco e procurem abrigos ou outros locais de segurança. Quem não tiver para onde ir, deverá entrar em contato com o órgão de cada município.
Temporal no RS
Choveu mais de 500 mm nos últimos dias, e o valor só aumenta. As regiões mais afetadas são: Central, Vale do Rio Pardo, Metropolitana, Serra Gaúcha e Vale do Taquari. Mais de 500 mil pessoas estão sem água e há mais de 292 pontos sem luz.
Segundo o último boletim da Defesa Civil, 67.860 pessoas foram afetadas, 4.599 estão em abrigos e 9.993 estão desalojadas. Houve 13 mortes, 12 feridos e 21 pessoas ainda estão desaparecidas. Foram 147 municípios afetados em todo o estado, e as regiões Central, Vale do Rio Pardo, Metropolitana, Serra Gaúcha e Vale do Taquari são as mais prejudicadas. A Polícia Civil, Corpo de Bombeiros e Brigada Militar confirmam outros 11 óbitos.
De acordo com o Governo Estadual, 114 trechos em 246 rodovias foram bloqueados totalmente ou parcialmente devido às chuvas. O Rio Grande do Sul decretou estado de calamidade pública nessa quarta-feira (1º), e o governador Eduardo Leite, afirmou que esse será “o maior desastre da história do Rio Grande do Sul”.
A Marinha do Brasil enviou equipes, embarcações, aeronaves e viaturas para ajudar no resgate. A Força Aérea Brasileira enviou dois helicópteros para resgatar vítimas em cidades isoladas por causa das interdições nas rodovias, como Candelária, por exemplo.
Recomendações da Defesa Civil:
Se puder, permaneça em casa;
Esteja atento aos boletins meteorológicos e alertas de emergência emitidos pelo Estado;
Siga as instruções das autoridades locais e utilize as rotas de evacuação recomendadas;
Evite o deslocamento para regiões afetadas;
Se morar em área de risco, abandone o local com antecedência;
Separe os documentos importantes e embale-os em sacos plásticos;
Ao sair desligue a chave geral de eletricidade, água ou gás;
Evite atravessar as águas de carro ou a pé;
Se ficar isolado em local inseguro, chame imediatamente o Corpo de Bombeiros (193);
Encha recipientes com água potável para uso em caso de interrupção no fornecimento;
Não enfrente cursos d’água com correnteza, pois você e seu veículo podem ser arrastados.
Caso seja surpreendido por uma inundação, fique atento ao nível de água observando os demais veículos;
Se o nível da água tiver ultrapassado o meio da roda, desligue o veículo, desça e, a pé, procure um lugar seguro para permanecer;
Se o nível da água tiver ultrapassado o nível da porta, desça pela janela do carro, suba ao teto do veículo e pegue um cinto de segurança para se segurar até a chegada do resgate;
Somente siga dirigindo, com a atenção redobrada, se o nível da água estiver abaixo do nível da roda.
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