Ministério Público obtém condenação de ex-vereador e de outras duas pessoas envolvidas em esquema de “rachadinha” na Câmara Municipal de Ipatinga
O ex-vereador de Ipatinga, Wanderson Silva Gandra, a então chefe de seu gabinete e um assessor foram condenados por envolvimento em esquema de obtenção de vantagens indevidas, prática popularmente conhecida como “rachadinha”. O ex-parlamentar se diz vítima de perseguição e informou ao Plox que vai recorrer da sentença. Veja os detalhes sobre o caso na Live.
Durante investigações, conduzidas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), foi apurado que o então vereador realizava reuniões com todos os assessores lotados no seu gabinete e com servidores comissionados da Câmara Municipal que haviam sido indicados por ele, recolhendo parte da remuneração, cujo valor ele estipulava, sob ameaças de exoneração. Os próprios servidores testemunharam e detalharam os valores que repassavam a ele, os quais serviriam para abastecer a dois fundos, o de ‘gabinete’ e o de ‘campanha’. Ainda de acordo com as apurações, a chefe de Gabinete participava e articulava o esquema, enquanto o assessor atuava intimidando os servidores para a continuidade da prática ilícita.
Prisão
Como consequência das investigações, em fevereiro de 2019, o Gaeco deflagrou a Operação Dolos que resultou na prisão de seis vereadores suspeitos de praticarem a “rachadinha”. Gandra foi preso no dia 20 de fevereiro durante reunião da Câmara Municipal de Ipatinga. A sessão chegou a ser interrompida. O então parlamentar ficou preso por cinco meses na penitenciária Dênio Moreira de Carvalho, em Ipaba-MG, e renunciou ao cargo de vereador. No dia 5 de agosto de 2019 recebeu alvará de soltura, deixando a prisão. Em agosto de 2020, Gandra passou pelo primeiro julgamento na 1ª Vara Criminal da Comarca de Ipatinga. Ele foi condenado a cumprir 4 anos e 10 meses de detenção em regime semiaberto, por conta do crime de “rachadinha”. A sentença foi proferida pelo juiz, José Maria Moraes Pataro. Além da pena, Gandra foi condenado a pagar uma multa em torno de R$ 81 mil, para indenizar as vítimas, que eram seus ex-assessores de gabinete.
Foto: Divulgação / Câmara Municipal de Ipatinga
Condenações
O ex-vereador foi condenado à suspensão de seus direitos políticos por cinco anos; à proibição de contratar com o Poder Público ou receber incentivos fiscais ou creditícios pelo mesmo prazo; ao pagamento de multa civil no importe do acréscimo patrimonial obtido, ainda a ser apurado, bem como de danos morais, no valor de R$50 mil. A ex-chefe de Gabinete teve seus direitos políticos suspensos por três anos, além da proibição de contratar com o Poder Público pelo mesmo período. O assessor, por sua vez, além da suspensão dos direitos políticos e da proibição de contratar com o Poder Público por três anos, também terá que pagar multa civil. A decisão é da Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Ipatinga.
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