Segundo entidade que representa cidades mineradoras de Minas Gerais, todas estão caminhando para fim da atividade. Em Itabira, berço da Vale, a expectativa é de mais 17 anos de exploração.
Municípios mineradores de Minas Gerais estão investindo na diversificação econômica para reduzir a dependência da atividade e garantir a sobrevivência após o fim da exploração mineral em seus territórios.
Em 2023, as cidades mineiras foram as que mais receberam royalties da mineração, um total de R$ 3,1 bilhões, e em muitas delas a geração de emprego e renda está vinculada ao setor.
Na semana passada, São Gonçalo do Rio Abaixo, na Região Central do estado, lançou um projeto para atrair empresas de outros segmentos – hoje, o município depende em torno de 90% da mineração, segundo a prefeitura.
Somente no ano passado, a cidade, com menos de 12 mil habitantes e o terceiro maior Produto Interno Bruto (PIB) per capita do Brasil, recebeu R$ 113 milhões de recursos da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem).
O projeto Prospera+ prevê incentivos como destinação de áreas públicas para implantação de empreendimentos de médio e grande portes, capacitação de mão de obra e fundo para reduzir custos para as empresas.
"Não é que o minério já esteja exaurido, mas tem um tempo para que isso aconteça, e nós temos que pensar no futuro das gerações. Hoje, somos 90% dependentes da mineração. Temos que pensar em formas de o município sobreviver depois dela", disse o prefeito Raimundo Nonato de Barcelos (PDT).
Exaustão mineral
Para o consultor de relações institucionais e econômicas da Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais (Amig), Waldir Salvador, todas as cidades que dependem de alguma forma da mineração precisam investir na diversificação da economia.
"Diferentemente do agro, que tem renovação de safra todo ano, a mineração é um segmento com cronologia definida. Todos os municípios mineradores estão caminhando para a exaustão mineral. A gente só não sabe qual o prazo de cada um, as mineradoras não são transparentes nesse aspecto. Se a cidade não investir em diversificação, vai quebrar no futuro", afirmou.
Segundo ele, São Gonçalo do Rio Abaixo está se preparando no tempo certo – a expectativa é de que a cidade tenha, aproximadamente, mais 40 anos de exploração mineral.
Comments