O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usou o avião presidencial para enviar joias aos Estados Unidos. A informação consta no relatório da Polícia Federal (PF) enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e que perdeu sigilo nesta segunda-feira (8). A utilização da aeronave foi sob alegação de viagem oficial.
“Com a finalidade de distanciar e ocultar os atos ilícitos de venda dos bens das autoridades brasileiras e posterior reintegração ao seu patrimônio, por meio de recursos em espécie, foi utilizado o avião Presidencial, sob a cortina de viagens oficiais do então chefe de Estado brasileiro para, de forma escamoteada, enviar as joias aos Estados Unidos”, diz a PF, completando:
“No território norte-americano, interposta pessoa (testa-de-ferro), de forma consciente e voluntária, por determinação do então presidente, assumiu a negociação e venda das joias, com o objetivo de ocultar o real proprietário e beneficiário final da venda dos bens (Jair Bolsonaro).”
O testa-de-ferro seria o tenente-coronel Mauro Cid, então ajudante de ordens do ex-presidente.
A PF identificou a existência de uma associação criminosa formada por aliados de Jair Bolsonaro (PL) para desviar joias e peças valiosas do acervo da Presidência da República e incorporá-las ao patrimônio pessoal do ex-presidente.
Nesta segunda (8), o ministro Alexandre de Moraes derrubou o sigilo do inquérito e expôs as informações coletadas pela polícia durante a investigação. Ele deu um prazo de 15 dias para a Procuradoria-Geral da República (PGR) analisar o documento.
A associação criminosa é caracterizada pela reunião de três ou mais pessoas para cometer crimes. Segundo o inquérito da Polícia Federal, representantes do governo Bolsonaro representavam o então presidente no conchavo para desviar os presentes de alto valor dados por líderes de outros países ao Brasil.
Os valores recebidos eram, ainda conforme a investigação, convertidos em dinheiro para o patrimônio pessoal de Bolsonaro. O grupo não usava o sistema bancário — transações convencionais, depósitos e saques, por exemplo — para impedir que a origem do dinheiro fosse rastreada.
A perícia da Polícia Federal constatou que as peças desviadas e negociadas pelo grupo valiam cerca de R$ 6,8 milhões. O valor de mercado, entretanto, é praticamente o quádruplo deste valor: R$ 25 milhões. Os objetos em questão foram dados à presidência brasileira pelos Emirados Árabes Unidos e pelo Reino do Bahreim; são eles:
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